Aconteceu dia 19/11/2019 uma reunião de alinhamento de conduta entre o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade -ICMBio e a comunidade do município de São João Batista do Glória -MG, principalmente os envolvidos na cadeia produtiva do turismo como guias de turismo, condutores de visitantes, trilheiros de motos, hoteleiros e demais envolvidos. Estavam presentes também os representantes do poder publico (Prefeitura e Câmara de Vereadores) de São João Batista do Glória e Delfinópolis, além da Policia Militar e da Policia Ambiental do estado de Minas Gerais.
Os servidores do ICMBio inicialmente fizeram explanação sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, que é a lei federal nº 9.985 de 18/07/2000 e estabelece normas e critérios para a implantação e gestão das unidades de conservação (UC).
Pontuaram que existem vários tipos de UC, que são divididas em áreas de proteção integral e de usos sustentável. A Serra da Canastra está inserida como Parque Nacional e é uma Unidade de Conservação de proteção integral e permite atividades brandas que não perturbem o ambiente natural como passeios, caminhadas, escaladas, bicicleta, contemplação, fotografia, pinturas, acampamentos e similares. Atividades impactantes dentro de áreas de Parque são consideradas crimes ambientais.
Após introdução os técnicos também informaram sobre as recentes aquisições de áreas do processo remanescente de implantação do Parque Nacional em 1972. Dos 200 mil hectares inicialmente implantados, atualmente 86 mil hectares já estão adquiridos e inseridos na área gerida pelo órgão ambiental.
A Associação Esportiva de Motociclistas e Ciclistas Glorienses – AEMG e Associação dos Guias de Turismo e Condutores de Visitantes da Região do Circuito Turístico Nascentes das Gerais e Canastra – AGCVTUR estavam presentes na reunião.
Após esta introdução o ICMBio comunicou que a AEMG já apresentou um projeto, bem como já se reuniu com diretores sinalizando um esboço sobre regramento da atividade de trilhas de moto. Foi colocada a questão dos impactos ambientais provocados por estes veículos motorizados que trafegam fora das estradas e trilhas em áreas de Parque Nacional. Através de relatórios foi apresentado que a prática mais nociva ao meio ambiente local são realmente as motos que transitam por áreas sensíveis e acessam pontos culminantes através de caminhos e trilhas abertos sem critérios técnicos que em médio prazo provocam grandes danos ambientais – praticamente irreversíveis – como grandes erosões e voçorocas. Na seqüência o ICMBio apresentou um mapa georreferenciado com a malha de estradas, caminhos e trilhas já abertos nas áreas do parque, sugerindo que sejam utilizadas esta malha para fins de transito de veículos motorizados ( jipes, motos e bugues).
Foi solicitado pelo ICMBio apoio para que haja uma grande mobilização para se sensibilizar as pessoas envolvidas referente aos caminhos permitidos, bem como também sinalizar as trilhas e caminhos proibidos, a fim de todos saberem, inclusive os donos de pousadas e demais envolvidos, quais são os locais que se pode praticar as atividades. Foi ressaltado que os próprios condutores de grupos de motos devem ser agentes fiscalizadores e estarem devidamente cadastrados para conduzirem os visitantes nessas áreas, e que estas ações podem atrair um publico que realmente quer e paga por uma natureza preservada, o que condiz com a prática do turismo sustentável.
Esperamos que as partes tenham responsabilidade para entender esse novo tempo. Existem possibilidades para que tenhamos a natureza preservada e o lado econômico ativo. Fica aqui nossa energia positiva. Saudações canastreiras.
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